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Esporte e Falta de Educação

Em tempos de Copa do Mundo no Brasil, muito se destaca o papel do esporte na formação do caráter da criança e os valores que levará para toda a vida. Não há dúvida disso.

Por outro lado, não é de hoje que se tem debatido a falta de educação dos motoristas e motociclistas no trânsito de Maringá. Num sábado destes, por volta das 9h 40min foi possível assistir ao encontro dessas duas realidades em uma situação, no mínimo, vergonhosa.

Depois de parar seu carro esperando o semáforo abrir, na esquina da Av. Colombo, em frente ao colégio Gastão Vidigal, um jovem motorista  desceu de seu carro  e correu em direção aos veículos que estavam atrás. Dois ou três veículos depois agachou-se e pegou uma bola que estava próxima ao meio-fio. Imagine a cena segundos antes: “Olha, uma bola! Vou pegar para mim, afinal está na rua, e achado não é roubado”.

Com um sorriso no rosto caminhou-se novamente para seu carro quando do outro lado da rua, trepados no muro do colégio, impossibilitados de descer para pegar seu objeto de diversão pelas telas de proteção, mais de 10 crianças educadamente pediam ao jovem que devolvesse a bola que lhes servia de diversão e que, ao mesmo tempo, os deixava longe das ruas, das drogas, e de tudo aquilo que o esporte afasta de uma criança. Os gritos foram em vão. Sim, ele viu e ouviu as crianças, como todos nós outros motoristas também vimos e ouvimos. Mas ele simplesmente deu de ombros. Desdenhou.

Entregou a bola para um senhor – aparentava ser seu pai, entrou no carro e saiu, tranqüilamente como se nada houvesse acontecido, rindo sarcasticamente das crianças e comemorando sua nova incorporação patrimonial. No banco de trás de seu carro, duas crianças se deleitaram com o presente inesperado.

Aquele jovem cometeu, em questão de minutos, uma grave imprudência no trânsito, perdeu a chance de realizar uma boa ação, tomou a revelia (poderíamos usar outra palavra para isso) um bem de outro, e para completar deu um péssimo exemplo para as crianças que com ele estavam no carro. Para ser simplista foi como se lhes autorizassem a tomar qualquer coisa de outro quando o outro não a pode retomar. Mas e o velho ditado “achar não é roubar”? Bom, mesmo que o ditado fosse  válido ( o que é relativo),  não seria o caso. A bola tinha dono, e o dono estava presente. Todos viram os pedidos das crianças. Ele se fez de “ouvidos mocos”.

Do outro lado da rua, os olhos tristes das crianças acompanharam o sumiço do carro nas curvas da Colombo! Foi-se a diversão! E agora? Ir pra casa talvez. Talvez quebrar alguma lixeira pelas redondezas para gastar energia. Talvez brincar de outra coisa. Talvez nada disso! Mas uma certeza: ter esperança de um mundo melhor quando crescerem parece ser uma realidade difícil de ser encontrada no futuro.

Educação

Em tempos de Copa do Mundo no Brasil, muito se destaca o papel do esporte na formação do caráter da criança e os valores que levará para toda a vida. Não há dúvida disso. Por outro lado, não é de hoje que se tem debatido a falta de educação dos motoristas e motociclistas no trânsito de Maringá. Num sábado destes, por volta das 9h 40min foi possível assistir ao encontro dessas duas realidades em uma situação, no mínimo, vergonhosa.

Depois de parar seu carro esperando o semáforo abrir, na esquina da Av. Colombo, em frente ao colégio Gastão Vidigal, um jovem motorista  desceu de seu carro  e correu em direção aos veículos que estavam atrás. Dois ou três veículos depois agachou-se e pegou uma bola que estava próxima ao meio-fio. Imagine a cena segundos antes: “Olha, uma bola! Vou pegar para mim, afinal está na rua, e achado não é roubado”.

Com um sorriso no rosto caminhou-se novamente para seu carro quando do outro lado da rua, trepados no muro do colégio, impossibilitados de descer para pegar seu objeto de diversão pelas telas de proteção, mais de 10 crianças educadamente pediam ao jovem que devolvesse a bola que lhes servia de diversão e que, ao mesmo tempo, os deixava longe das ruas, das drogas, e de tudo aquilo que o esporte afasta de uma criança. Os gritos foram em vão. Sim, ele viu e ouviu as crianças, como todos nós outros motoristas também vimos e ouvimos. Mas ele simplesmente deu de ombros. Desdenhou.

Entregou a bola para um senhor – aparentava ser seu pai, entrou no carro e saiu, tranqüilamente como se nada houvesse acontecido, rindo sarcasticamente das crianças e comemorando sua nova incorporação patrimonial. No banco de trás de seu carro, duas crianças se deleitaram com o presente inesperado.

Aquele jovem cometeu, em questão de minutos, uma grave imprudência no trânsito, perdeu a chance de realizar uma boa ação, tomou a revelia (poderíamos usar outra palavra para isso) um bem de outro, e para completar deu um péssimo exemplo para as crianças que com ele estavam no carro. Para ser simplista foi como se lhes autorizassem a tomar qualquer coisa de outro quando o outro não a pode retomar. Mas e o velho ditado “achar não é roubar”? Bom, mesmo que o ditado fosse  válido ( o que é relativo),  não seria o caso. A bola tinha dono, e o dono estava presente. Todos viram os pedidos das crianças. Ele se fez de “ouvidos mocos”.

Do outro lado da rua, os olhos tristes das crianças acompanharam o sumiço do carro nas curvas da Colombo! Foi-se a diversão! E agora? Ir pra casa talvez. Talvez quebrar alguma lixeira pelas redondezas para gastar energia. Talvez brincar de outra coisa. Talvez nada disso! Mas uma certeza: ter esperança de um mundo melhor quando crescerem parece ser uma realidade difícil de ser encontrada no futuro.