Administrar a carreira com um hobby é uma prática muito comum para aqueles que estão sempre plugados e realizando atividades que transmitam um retorno emocional e social. Mas e quando o hobby ocupa um espaço maior que o trabalho realizado, é hora de mudar, certo?
Esta transição de carreira tem acontecido cada vez mais e é uma tendência muito forte, pois, os profissionais acabam encontrando maior sentido em suas vidas atuando profissionalmente no que, até então, era considerado um hobby.
Um exemplo desta movimentação é Jimmy McManis, design, que trocou os escritórios para seguir como gastrônomo e mantem o site Ogrostronomia, com dicas de receitas realizadas por ele e mais três amigos.
“Já tendo passado por várias posições dentro da hierarquia possível a um designer, além de, diferentes áreas como publicidade, varejo, entre outros, e ter trabalhado 8h por dia em alguns lugares, chegando a 16h/ por dia em certas épocas, resolvi mudar. Em maio de 2012, já com o Ogrostronomia em funcionamento, me vi sentado atrás de um computador em um grande escritório de marcas e patentes, tendo acabado de refazer toda a programação visual deles, aprovado na íntegra e de primeira não me deixando nada muito mais interessante para fazer ali dentro, decidi então abandonar de vez a carreira de designer e cuidar do meu projeto”, explica Jimmy McManis.
Ogrostronomia é uma brincadeira que simboliza a missão do projeto, ou seja, que qualquer um pode cozinhar boa comida e fazer gastronomia, até mesmo um ogro.
“Por isso nem sempre encontrarão as porções ou os pratos ‘de ogro’ ao longo do nosso trajeto, mas com certeza encontrarão boas opções. A diretriz do projeto é difundir a ideia de que a comida é o melhor agregador de pessoas que existe, lembrando os almoços de domingo em família, churrascos entre amigos e feijoadas. Também queremos provar que não é difícil cozinhar, se até um ogro pode fazer gastronomia, qualquer um pode”, enfatiza Jimmy.
No mesmo caminho de Jimmy, mas, com uma proposta diferente de transição de carreira, Valdir Cimino, publicitário com passagens profissionais na MTV e Rede Globo, colocou em prática o sonho de administrar uma Organização Não Governamental (ONG).
“Olhar para a fila da saúde, perceber que crianças e adolescentes tinham poucas atividades culturais e educacionais no momento de internação me motivaram a mudar a carreira. A falta de respeito pelo ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente, motivaram minha decisão de mudança para o terceiro setor. Também como profissional de comunicação percebi que podíamos estimular a leitura a partir do ato de brincar. Estas observações iniciaram em 1992 quando morei em Nova York e fui voluntário em um hospital chamado St. Vincent”, conta Cimino.
Valdir é idealizador da Associação Viva e Deixe Viver: uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que treina e capacita voluntários para se tornarem contadores de histórias em hospitais para crianças e adolescentes internados em todo país.
“Os principais recursos da Associação Viva e Deixe Viver atualmente são a leitura de obras infantis, as brincadeiras, a criatividade e o bom humor de seus voluntários. Hoje, conta com 131 voluntários contadores de histórias e está presente em mais de 82 instituições parceiras, entre hospitais e casas de apoio. Desde sua fundação, a Associação contabiliza números expressivos que traduzem seu crescimento constante”, observa Valdir.
Os dois profissionais utilizam os conhecimentos adquiridos ao longo de suas formações e carreiras para aplicarem em seus projetos, mas a motivação maior é fazer algo que cative e ajude ao próximo.
“Se você decidiu trocar de carreira, faça isso por amor, trocar seis por meia dúzia vai deixá-lo com as mesmas frustrações. Fazer o que gosta te traz um diferencial que as pessoas vão perceber e acreditar em você, não estou dizendo que vai ser fácil, talvez muito pelo contrário, mas com certeza será mais satisfatório”, enfatiza Jimmy.
Ainda segundo Valdir, o terceiro setor no Brasil é constantemente visto como assistencial, ele considera fundamental mudar esta concepção, “temos que dar o pão para quem tem fome, mas o mais importante é ajudar o outro a ser independente, ou seja, saber fazer, saber produzir e ser sustentável”, resumi Cimino.
Fonte: MSN Empregos